Capítulo 17- Uma decisão terrível

Na manhã seguinte, Youko acordava. Como de hábito, ele acordou Kuronue também, já que ambos dividiam o mesmo quarto, embora deitassem em camas separadas;

-Ahh Youko… mas já?
-Sim, precisamos ir logo. Yomi está dormindo profundamente agora.
-Tudo bem…

Youko e Kuronue se arrumam rapidamente, e deixam a cidade sem levantar maiores suspeitas;

-Eu não entendi ao certo o que você quer?- Kuronue olha para Youko, ainda um pouco sonolento.
-Saberá quando chegarmos no reino de Mukuro.
-Mas… mas o que vamos fazer lá?
-Já disse que saberá assim que chegarmos.

A viagem até o reino de Mukuro dura quatro horas. Yomi, após acordar, não notou a falta deles e foi treinar em um bosque.
Assim que eles chegam na entrada da pequena cidade que há no entorno do castelo de Mukuro, são parados por dois guardas;

-Hey, quem são vocês?
-Somos do reino de Akuma, e queremos conversar com Mukuro, é assunto de interesse regional.

Os guardas vão com eles até o castelo. Hiei os recepciona;

-Hmm, mas que surpresa! O que vocês fazem aqui além de se tornarem meus escravos?
-Viemos propor um acordo. É o que queremos.
-Um acordo? Doar o seu reino, não é? Não aceitamos nada diferente disso!
-Espere, Hiei. Deixe-me conversar com Mukuro pessoalmente.
-Tsc, tudo bem, está antecipando a sua morte mesmo...
-Eu não me importo.

Hiei obedece o desejo de Youko, e permite que ele visite Mukuro. Ao chegar no salão, ela o olha com total desprezo;

-O que quer no meu reino, seu inútil?
-Mukuro, nós queremos fazer um acordo.
-Um acordo? Submeter-se a mim é o único acordo possível!
-Não se precipite!
-Ora Youko, quão ousado é você!

Kuronue intervém e fica entre eles;

-Acalmem-se! Vamos discutir isso devagar, ok?
-Tá, tudo bem…
-Mukuro, queremos fazer parte do seu reino, mas queremos manter uma certa independência. Não temos mais relações com o reino de Raizen, nossa cidade já é suficientemente desenvolvida, e pelo que conheço, você não possui escolha. Seu reino é muito fraco e atrasado, poderíamos ser uma adição interessante…

Mukuro vira-se e pensa por um instante, depois olhando para Youko e Kuronue;

-Eu preciso conversar um pouco com Hiei a respeito disso pois não tomo decisões sozinha.
-Por nós, tudo bem, temos tempo.

Hiei vai até Mukuro. Ela vai com ele até uma saleta que fica próxima;

-O que você acha, Hiei?
-Eu acho um bom negócio. Poderemos ter um aliado sem precisar partir para uma guerra, embora esses caras sejam suspeitos e pouco confiáveis.
-Acho que vale a pena arriscar… eles não podem nos vencer!
-Sim, poderemos dar cabo neles rapidamente caso se revoltem… só estranhei Yomi não aparecer.
-É verdade, afinal ele é o Rei! Mas que sujeito nojento e desprezível, eu odeio ele demais, de certo não quis me ver e mandou correspondentes mesmo.
-Bem, então devemos aceitar isso, Mukuro?
-Sim, eu acho que é uma vantagem. Raizen acaba de perder mais um reino e nós não precisamos levantar um dedo.

Mukuro e Hiei voltam para o salão onde Youko e Kuronue estão;

-Nós conversamos e concordamos que vocês poderão fazer parte do nosso reino, mas para isso, terão que assinar o contrato.- Hiei aproxima-se dos youkais com um livro na mão.
-Sim. Faremos isso.
-Mas terão que assinar do nosso modo.

Hiei usa a espada para fazer um pequeno corte no seu dedo, deixando um pingo de sangue cair no papel, assim como Mukuro. Kuronue e Youko tomam um susto, mas não possuem alternativa;

-Deixa isso comigo, Youko.

Kuronue saca uma de suas armas, e faz um corte bastante superficial no seu dedo. Ele oferece-se para Youko, que aceita. Kuronue passa a lâmina com extremo cuidado, Youko franze a testa mas o corte é mínimo. Ele assim também assina naquele livro;

-Agora vocês assinaram com próprio sangue que serão leais a nós. Vocês sabem que, caso ocorra a mínima traição, serão destruídos!- Hiei os encara.
-Sim, estamos cientes.
-Agora, ajoelhem-se!-Mukuro aproxima-se dos dois.
-Ajoelhar-se?!- Kuronue contesta.
-Cale a boca e ajoelha-se!- Mukuro o acerta no rosto, derrubando-o.
-Pare! Ele fará isso, nossa rainha.- Youko vai até Kuronue e ajuda-o a se levantar.
-Assim espero.

Contrariado, Kuronue obedece Youko e ajoelha-se para Mukuro, que sorri;

-Muito bem, agora voltem para o seu reino e avisem a todos que Mukuro é a sua nova autoridade, se alguém for flagrado cruzando para o território de Raizen, será morto!
-Certo…
-Agora sumam do meu castelo!

Youko pega Kuronue pelo braço, e o puxa;

-Vamos voltar logo…
-Tudo bem.


Eles deixam o castelo de Mukuro em seguida. A expressão de Youko não é das melhores, ele sabe que cometeu um erro tático grotesco e que isso poderá ter desdobramentos futuros muito negativos ou, no mínimo, catastróficos, embora garanta uma inequívoca estabilidade em princípio.

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